Cedrus libani, conhecido pelas designações vernáculas de cedro-do-líbano é uma árvore conífera, majestosa, nativa das montanhas da região mediterrânica, no Líbano, Síria Ocidental, Turquia centro-meridional e Chipre. Algumas variedades consideradas como espécies distintas por alguns autores ocorrem a sudoeste da Turquia e nas montanhas do norte de Marrocos e da Argélia, no noroeste africano. São elas: |
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No Líbano e na Turquia é abundante principalmente a altitudes entre os mil e dois mil metros, onde constitui florestas puras ou mistas com abetos-da-cilícia (Abies cilicica), pinheiro-larício (Pinus nigra) e várias espécies do género Juniperus. Em Chipre, ocorre entre os 1000 e os 1525 metros de altitude (atingindo o cume do monte Pafos), e nos montes Atlas dos 1300 aos 2200 metros de altitude, em florestas puras ou mistas com abetos-da-numídia (Abies numidica), zimbros, carvalhos e plátanos. |
A árvore tem folhagem perene. Têm copa em forma de cone quando jovens e copa rasa com andares distintos quando na forma adulta. Os ramos são dimórficos: com pequenos (braquiblastos) e grandes (macroblastos) ramos. As folhas, com forma de agulhas espaçadas nos ramos maiores e em grupos de 15 a 45 folhas nos ramos menores. As folhas medem de 5 a 30 mm de comprimento, são quadrangulares em secção transversal, variando do verde para o glauco azul-esverdeado, com bandas estomáticas nas quatro faces. |
Os estróbilos (pinhas) são produzidos geralmente de dois em dois anos, amadurecendo 12 meses após a polinização; os estróbilos maduros, no mês de Outubro, medem cerca de 8 a 11 cm de comprimento e 4 a 6 cm de diâmetro, são resinosos e abrem para dispersar as sementes aladas ao longo do inverno. As sementes medem cerca de 15 mm de comprimento e 6 mm de diâmetro, com uma asa triangular de 20 a 25 cm de comprimento. A primeira aparição dos estróbilos ocorre, em geral, quando a planta tem cerca de 20 a 40 anos. É uma árvore de grande longevidade, podendo viver durante séculos. |
A variante conhecida como cedro-do-atlas (Cedrus atalntica (Endll.) Carr.), caracteriza-se pelos estróbilos subcilíndricos, de 5 a 8 cm de comprimento por 3 a 5 cm de diâmetro, folhas glaucas e rebentos pubescentes (com “pêlos”), distinguindo-se da variedade comum de cedro-do-líbano (sendo, por isso, considerada por alguns autores como uma espécie à parte) que apresenta rebentos glabros (sem “pêlos”) e estróbilos com forma de barril, com 7 a 12 cm de comprimento por 4 a 8 cm de diâmetro. |
Características Ecológicas |
Quanto ao clima o cedro do Líbano é pouco tolerante à sombra, por isso prefere as posições onde existe sol total (a árvores jovens podem crescer em sombra parcial, mas vão eventualmente necessitar de sol total para realizar o seu potencial), além do mais nasce naturalmente onde exista pequenos aguaceiros no verão, sendo também bastante tolerante à seca. |
Relativamente aos solos, esta espécie necessita de uma boa drenagem, não suportando solos muito argilosos e não crescendo com sucesso em áreas onde a qualidade do solo é pobre (falta de nutrientes). Tem facilidade o seu crescimento e disseminação em terras ácidas e em solos finos sob pedra calcária. |
História, uso e simbolismo |
A importância do cedro-do-líbano em diversas civilizações clássicas compreende-se pela diversidade de usos possíveis. A sua madeira, homogénea e aromática, foi bastamente utilizada na antiguidade, pelos Fenícios, para construir as suas embarcações militares e comerciais, bem como para a construção de templos e habitação. Os Egípcios utilizavam a sua resina na prática da mumificação – encontram-se, de facto, vestígios da sua serradura nos túmulos dos Faraós. Papiros antigos comprovam a grande comercialização entre o Líbano e o Egito desta madeira de distinção. Era ainda costume queimar-se este tipo de cedro em diversas cerimónias solenes. Moisés aconselhava os sacerdotes judaicos a utilizarem a sua casca durante a circuncisão e no tratamento da lepra. De acordo com o Talmude, os Judeus queimavam madeira de cedro-do-líbano no Monte das Oliveiras para anunciar o início do ano novo. Vários reis da região, bem como de países distantes, procuravam a sua madeira para as suas construções civis ou religiosas – sendo o caso mais famoso o da construção do Templo de Salomão em Jerusalém, bem como os Palácios de David e Salomão. A árvore é, aliás, mencionada 75 vezes na Bíblia. Foi ainda utilizada frequentemente pelosRomanos, Gregos, Assírios e Babilónios. |
É o símbolo nacional do Líbano, onde é ostentado na bandeira nacional. Foi ainda o símbolo da Revolução dos cedros, além de ser adoptado como insígnia de diversos partidos políticos do Líbano. Está também no brasão da Igreja Maronita, vertente da Igreja Católica no Líbano. |
Como resultado da sua exploração constante ao longo da história, poucas árvores antigas restam no Líbano, o que justificou a implementação de um programa ambiental para a conservação e regeneração das suas florestas. O plantio extensivo tem também sido levado a cabo na Turquia, onde cerca de 30 000 ha de cedros são plantados anualmente. |
É uma árvore ornamental bastante comum por todo o mundo, em parques, jardins e avenidas. No sul de França existem várias plantações, principalmente da variante atlantica, para a produção de madeira. |
Propagação |
O Cedrus Libani propaga-se através da semente, plantada o mais cedo possível quando rebentam. Um Cedro do Líbano maduro, especialmente um com múltiplos patamares, irão ser tão largos como é alto, e uma espécie verdadeiramente pitoresca. |
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